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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Síntese da Homilia do Sétimo dia do Novenário de Santa Teresinha - 2014

Pe Leandro Câmara

Tema: "Família e o projeto de Deus - VOCAÇÃO"


”Queridos Padres Fabio e Padre Maico, queridos seminaristas, queridos irmãos e irmãs, neste vigésimo sexto domingo do tempo comum nós damos mais um passo no nosso itinerário espiritual em preparação para festa de nossa padroeira Santa Teresinha, cujo desejo de sua vida  era passar deste mundo fazendo o bem. Queridos irmãos e irmãs, nós podemos olhar para a vida de Santa Teresinha e nos questionarmos se nós estamos passando a nossa vida fazendo o bem e a resposta nós vamos encontrar  na abertura de coração com que cada um de nós acolhe a este Deus que nos ama com amor infinito e faz com que a nossa vida seja toda efusão do seu amor pois é com o coração voltado para ele, com o coração aberto a ele que o seu amor se manifesta e por nossa voz, por nossa vida, por nossos atos neste mundo sejamos suas testemunhas e possamos servi-lo fazendo o bem sobre a terra. A nossa vida é toda a efusão do amor de Deus e é pelo amor que Deus manifesta seu poder, é pelo amor e pela sua misericórdia que Deus opera o seu poder em nossas vidas. Efusão é derramamento e Deus derrama o seu amor sobre nós quando nos vocaciona à existência e este já é o  primeiro chamado, minha vida, e a vida de cada um de nós que estamos aqui é um sinal visível do amor de Deus. A nossa vida, nossa existência  é a prova de que Deus existe, não somente existe, mas também é todo amor. Ele tudo faz por nós, o próprio fato de existirmos já e dom, já é sinal de sua graça, e pelo batismo que nós recebemos, meio pelo qual nós ingressamos na vida cristã, seu amor derrama sobre nós através da água santa pela qual fomos banhados e por ela eternamente consagrados a Ele, onde nós recebemos o chamado à santidade. Queridos irmãos e irmãs batizados desde criança ou batizados recentemente, todos fazemos a experiência da conversão pela misericórdia de Deus que não falha, queridos irmãos, o quanto nós somos pecadores, mas, conserva no seu coração o mais profundo desejo que alguém pode ter por nós, o mais profundo sentimento que alguém pode ter por nós, que é o amor. Nós podemos nos questionar se nós somos merecedores deste amor e quase sempre não nos julgaremos merecedores deste amor, nós podemos olhar para a vida dos outros e até, talvez com pecados maiores que os nossos, mazelas maiores que as nossas, e achar: “Aquele não é digno do amor de Deus”. Quanto Deus manifesta a sua bondade no entanto esta pessoa recebe de Deus só amor, recebe de Deus só amor, recebe de Deus somente o bem e nós também, e podemos na dureza de nosso coração questionar: “A postura de Deus não é correta”, mas Deus está agindo conforme a sua natureza, Deus é todo amor, e é por seu amor que fomos consagrados a ele, é por seu amor que nós fomos atraídos a ele, é por seu amor que nós fomos convertidos a ele, voltamos o nosso coração, Deixamos o exílio de nossos pecados, o exílio da escravidão, o exilio da vida fora dele para estar junto dele, para experimentar o dom do seu pastoreio, do seu senhorio sobre as nossas vidas. E quando fazemos a experiência tudo faz sentido, nossa própria existência encontra o seu sentido quando nos deixamos sermos amados por Deus nós fazemos a descoberta do sentido da nossa vida da finalidade para qual Deus nos chamou a este mundo e nos fez tal como somos e nos fez existir, abertos a estas graças, queridos irmãos, a estes pastoreios nós vamos perceber que o nosso Senhor esvaziou-se de si mesmo num amor que nada perde de si, mas se transborda todo para nós e é capaz de assumir a nossa condição mortal, a nossa condição humana, exceto o pecado, e manifesta este amor que comina na cruz, quando seu sangue vertido do sagrado lenho lava nossa humanidade e nos reconcilia com o pai. Queridos irmãos e irmãs, a vida de cristo é dom do pai para nós e os sentimentos que Cristo traz em nossos corações são os sentimentos, queridos irmãos, de amor, um amor que supõe entrega, um amor que supõe sacrifício, um amor que supõe renúncia, um amor que se faz dom para o outro. Pelos mesmos sentimentos de Cristo significa que vivemos nossa vida em busca da santidade tendo no coração o desejo de passar a vida fazendo o bem sobre a terra na terra tornando-se dom para o outro, e não fechamos em nós mesmos, não em si “mesmando”, se errados em nos mesmos, fechados em nós, reduzidos aos nossos caprichos, aos nossos gostos, ao nosso egoísmo que a nossa vida vai corresponder a este amor que Deus manifesta e por meio dela no mundo, não é dessa forma que nós vamos cultivar no coração os mesmos sentimentos de Cristo, mas é nos tornando dom, e para isso, queridos irmãos e irmãs, é necessário ter coração simples, simples como os daqueles que ouvimos falar no evangelho que podem nos preceder nos reino dos céus, isto porque o senhor legitima a vida errada de uma prostituta de um publicano, de cobrador de impostos, ele não legitima esse tipo de erro, mas será que este coração não é um coração mais simples? Um coração mais humilde? Um coração mais aberto a acolher a vontade de Deus? Será que nós não estamos mais nos acostumando com o amor que Deus manifestou na nossa vida? De modo que nós não nos deixamos surpreender mais por ele? Nos acostumamos com o Senhor? Nos acostumamos com as coisas do Senhor? E vamos embotando nosso coração? E como os fariseus, que conheciam o antigo testamento, como os fariseus, que liam os profetas cotidianamente, no templo e até punham Jesus em situações prova, citando o próprio antigo testamento, os profetas, pondo Jesus à prova, o coração vai se embotando, se embotando e não somos capazes de acolher o senhor.  Rejeitar os seus mediadores, rejeitar aquele que vem antes dele, preparar os caminhos como o evangelista já citou João batista. Queridos irmãos e irmãs, hoje ouvi uma coisa muito bonita: “É preciso ter um coração simples para obedecer”, até o diabo pode se fazer de humilde, mas obediente ele nunca foi, isso ele não consegue disfarçar, ele até pode se fazer de humilde, mas obediente nunca. É preciso ser obediente para fazer aquilo que tem que ser feito porque o filho que diz para o pai que não vai fazer e faz este é obediente, mas o filho que diz que vai fazer e não faz, este não é obediente, percebe?  O quanto coração deste filho que disse que não ia e foi é simples? Para manifestar diante do Pai espontaneamente o que suscita no seu coração aquela ordem  “eu não quero fazer”, o coração simples para manifestar diante de ordem o seu descontentamento a sua decisão de não fazer ele se colocou para o pai “Não, não vou para a vinha”, mas em seus coração, em si mesmo ele sabe que é importante cumprir o que o Pai lhe pede e vai ao contrario do que disse ia, e com o coração cheio de si mesmo cede à preguiça e ao medo de não dar conta, cede diante da insegurança do que vai encontrar e não faz que move o coração do filho a dizer que não vai, mas faz é o amor, queridos irmãos, o amor nos leva a obedecer, é por amor que obedecemos, é por amor que acolhemos, um designo, um propósito e o cumprimos. Foi por amor que o Senhor disse “Pai, se possível afasta de mim  este cálice, contudo, seja feito como queres”. Foi o amor que fez Jesus obedecer a vontade do Pai, foi o amor que fez Jesus pedir a ele que afastasse o cálice, mas acima de tudo estivesse prevalecendo a vontade do Pai, a seu respeito, só o amor nos move para o outro e nosso Senhor foi capaz de acolher a vontade do Pai porque ele é dom para o outro. Queridos irmãos e irmãs, a vocação nunca é dada a nós para nos enriquecer, mas, sobretudo, para enriquecer a vida do outro. Quem recebe o matrimônio a recebe para servir o outro, o homem serve à mulher, a mulher serve ao homem e  os dois juntos servem à seus filhos, a vocação lhes  foi dada para tornar plena a vida do outro, para servi-lo. O amor nos ensina a irmos ao encontro do outro e sermos o dom de Deus. Da mesma maneira, a vocação ao sacerdócio não é dada ao sacerdote para que ele se coloque acima de uma comunidade, para que ele se sirva do leite das ovelhas do senhor, cubra-se coma lã das suas ovelhas, pelo contrário, a vocação é dada para que dê a vida à suas ovelhas, para ser o sinal da misericórdia e amor de Deus na vida de seu povo. Que faz o homem deixar a sua casa e projeto pessoais, abster-se de ter uma família, uma esposa, ter seus filhos gerados por ele? Que faz um homem deixar tudo isso pra trás?
Esta riqueza de poder fazer da sua vida um dom total para todos, um dom pleno de si para todos, ser tudo para todo, viver para os outros, servir aos outros, engrandecer os outros, ser Cristo na vida da igreja, na vida do seu povo, na vida dos outros. Nós temos aqui nesta assembleia três padres jovens que deixaram pra trás a sua família, seus planos para hoje celebrar com vocês esta eucaristia, nós temos aqui dois jovens que desejam abraçar este ministério de viver para servir a igreja para servir o povo que não é seu, mas é de Deus, querido irmãos e irmãs, a felicidade de um Padre esta em ver os frutos do seu apostolado que é justamente a aproximar, reunir, congregar, resgatar para Cristo as almas que lhe foram confiadas. Nós não temos filhos gerados por nós, mas certamente a fecundidade espiritual do nosso celibato, da nossa entrega faz com que vocês sejam filhos desses homens de Deus que estão aqui: Padre Fabio e Padre Maico. E num sentido mais amplo, serem nossos filhos, filhos espirituais, de alguém que deixou seus pais para ter muitos filhos, neste momento deixem se interpelar por este tempo de graça que é esta novena, deixem se interpelar pelo testemunho dos sacerdotes. Abram os vossos corações para que o testemunho, para que a importância do sacerdote na vida da igreja caia no seu coração como uma semente, e lhe questione: E você? O que pode fazer por amor de mim? É Cristo que lhe pergunta isso, é Cristo que lhe faz esta pergunta, veja a vida do Padre Fabio e Padre Maico, veja a dedicação, percebam o quanto é importante na vida da igreja, o quanto é importante na vida da comunidade ter pastor, ter sacerdote, ter um homem inteiramente dedicado a você. Ele não pode dividir a atenção com a sua família, porque a família do Padre é a igreja, não tem que dedicar à esposa, porque ele não tem esposa. A sua dedicação é a igreja, ele não tem filhos para dar atenção, porque seus filhos estão aqui, sentados, ao redor desta mesa para ouvir a palavra, para se nutrir da sagrada doutrina, para se nutrir do corpo e do sangue do Senhor. Percebam a importância que tem na vida da igreja o sacerdote e se questione, deixe se questionar: O que você pode fazer por amor de mim?Subir ao altar do Senhor e nele encontrar a alegria da sua juventude e perceber, queridos irmãos, queridos jovens, sobretudo, que quem deixa o seu pai e sua mãe por amor a Cristo vive autenticamente a sua juventude inteiramente dedicada à serviço do reino de Deus de Deus, seguir a Cristo, querer ser padre hoje com a sua idade, com 17 anos não é perder a vida, mas ganhar, não e perde juventude mas vive-la bem. Como casal que já se sente vocacionado ao matrimônio vive feliz, o vocacionado ao sacerdócio quando descobre esta voz no coração, de Cristo lhe chamando, e começa a caminhar no discernimento, ele vive esta alegria, meus queridos jovens, que alegria maior um ser humano pode ter do que ver a sua existência tornar plena a vida do povo sedento de Pastores, de homens de Deus, de Cristo. Ser sacerdote é ser Cristo no mundo, vejam, Deus não deu o poder de trazer Cristo sobre a terra no pão e no vinho consagrado aos anjos, mas deu ao homem,Deus quis obedecer ao homem quando diz “Tomais todos e comei, isto é o meu corpo” e passa a ser corpo de Cristo. Só que o Padre ele não só se apropria das palavras de uma outra pessoa, mas diz  de si mesmo, “Isto é o meu corpo”, o Padre é oferta. Eu sei que no coração de vocês existe o desejo de transformar o mundo. Todo jovem traz este desejo, e é por isso que você pode se questionar: O que você pode fazer para transformar o mundo? Você pode transformar o mundo sendo um pai, um esposo ou esposa Santos, mas também você pode transformar sendo um Padre Santo, Freira Santa. Queridos jovens, ouçam a voz do Senhor, o Senhor a todo o momento chama e o Papa Francisco diz: Queridos jovens, se vocês já sentiram no coração o desejo de seguir a Cristo, saibam que foi ele que impôs este sentimento em seu coração. É hora de se levantar e seguir ao Senhor. Querida comunidade, vamos rezar pelos jovens para que eles despertem para vocação sacerdotal, para que eles despertem para a vocação consagrada, as moças tenham desejo de consagrar suas vidas como religiosas, os rapazes queiram, tenham o desejo de consagrar suas vidas através do sacerdócio. Queridos jovens vocês imaginem o quanto domingo é um dia intenso na vida do sacerdote e nós terminamos o dia de hoje esgotados, sem voz, mas com o coração cheio de alegria por que salvamos almas, pregamos a palavra de deus, consagramos o pão e o vinho, batizamos resgatamos a pessoa para Deus, e com essa alegria que a gente vai dormir e é com essa alegria que a gente inicia o novo dia, a esperança de que nossa vida seja este resgatar de Deus na vida das pessoas.



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