Pe Leandro Câmara
Tema: "Família e o projeto de Deus - VOCAÇÃO"
”Queridos Padres Fabio
e Padre Maico, queridos seminaristas, queridos irmãos e irmãs, neste
vigésimo sexto domingo do tempo comum nós damos mais um passo no nosso itinerário
espiritual em preparação para festa de nossa padroeira Santa Teresinha, cujo
desejo de sua vida era passar deste
mundo fazendo o bem. Queridos irmãos e irmãs, nós podemos olhar para a vida de Santa
Teresinha e nos questionarmos se nós estamos passando a nossa vida fazendo o
bem e a resposta nós vamos encontrar na
abertura de coração com que cada um de nós acolhe a este Deus que nos ama com
amor infinito e faz com que a nossa vida seja toda efusão do seu amor pois é
com o coração voltado para ele, com o coração aberto a ele que o seu amor se
manifesta e por nossa voz, por nossa vida, por nossos atos neste mundo sejamos
suas testemunhas e possamos servi-lo fazendo o bem sobre a terra. A nossa vida é
toda a efusão do amor de Deus e é pelo amor que Deus manifesta seu poder, é pelo
amor e pela sua misericórdia que Deus opera o seu poder em nossas vidas. Efusão
é derramamento e Deus derrama o seu amor sobre nós quando nos vocaciona à
existência e este já é o primeiro
chamado, minha vida, e a vida de cada um de nós que estamos aqui é um sinal
visível do amor de Deus. A nossa vida, nossa existência é a prova de que Deus existe, não somente
existe, mas também é todo amor. Ele tudo faz por nós, o próprio fato de
existirmos já e dom, já é sinal de sua graça, e pelo batismo que nós recebemos,
meio pelo qual nós ingressamos na vida cristã, seu amor derrama sobre nós
através da água santa pela qual fomos banhados e por ela eternamente
consagrados a Ele, onde nós recebemos o chamado à santidade. Queridos irmãos e
irmãs batizados desde criança ou batizados recentemente, todos fazemos
a experiência da conversão pela misericórdia de Deus que não falha, queridos irmãos,
o quanto nós somos pecadores, mas, conserva no seu coração o mais profundo
desejo que alguém pode ter por nós, o mais profundo sentimento que alguém pode
ter por nós, que é o amor. Nós podemos nos questionar se nós somos merecedores
deste amor e quase sempre não nos julgaremos merecedores deste amor, nós
podemos olhar para a vida dos outros e até, talvez com pecados maiores que os
nossos, mazelas maiores que as nossas, e achar: “Aquele não é digno do amor de
Deus”. Quanto Deus manifesta a sua bondade no entanto esta pessoa recebe de
Deus só amor, recebe de Deus só amor, recebe de Deus somente o bem e nós
também, e podemos na dureza de nosso coração questionar: “A postura de Deus não
é correta”, mas Deus está agindo conforme a sua natureza, Deus é todo amor, e é
por seu amor que fomos consagrados a ele, é por seu amor que nós fomos atraídos
a ele, é por seu amor que nós fomos convertidos a ele, voltamos o nosso
coração, Deixamos o exílio de nossos pecados, o exílio da escravidão, o exilio
da vida fora dele para estar junto dele, para experimentar o dom do seu
pastoreio, do seu senhorio sobre as nossas vidas. E quando fazemos a experiência
tudo faz sentido, nossa própria existência encontra o seu sentido quando nos
deixamos sermos amados por Deus nós fazemos a descoberta do sentido da nossa
vida da finalidade para qual Deus nos chamou a este mundo e nos fez tal como
somos e nos fez existir, abertos a estas graças, queridos irmãos, a estes
pastoreios nós vamos perceber que o nosso Senhor esvaziou-se de si mesmo num
amor que nada perde de si, mas se transborda todo para nós e é capaz de assumir
a nossa condição mortal, a nossa condição humana, exceto o pecado, e manifesta
este amor que comina na cruz, quando seu sangue vertido do sagrado lenho lava nossa humanidade e nos
reconcilia com o pai. Queridos irmãos e irmãs, a vida de cristo é dom do pai para
nós e os sentimentos que Cristo traz em nossos corações são os sentimentos,
queridos irmãos, de amor, um amor que supõe entrega, um amor que supõe
sacrifício, um amor que supõe renúncia, um amor que se faz dom para o outro. Pelos
mesmos sentimentos de Cristo significa que vivemos nossa vida em busca da
santidade tendo no coração o desejo de passar a vida fazendo o bem sobre a
terra na terra tornando-se dom para o outro, e não fechamos em nós mesmos, não
em si “mesmando”, se errados em nos mesmos, fechados em nós, reduzidos aos nossos
caprichos, aos nossos gostos, ao nosso egoísmo que a nossa vida vai corresponder
a este amor que Deus manifesta e por meio dela no mundo, não é dessa forma que
nós vamos cultivar no coração os mesmos sentimentos de Cristo, mas é nos
tornando dom, e para isso, queridos irmãos e irmãs, é necessário ter coração
simples, simples como os daqueles que ouvimos falar no evangelho que podem nos preceder
nos reino dos céus, isto porque o senhor legitima a vida errada de uma
prostituta de um publicano, de cobrador de impostos, ele não legitima esse tipo
de erro, mas será que este coração não é um coração mais simples? Um coração mais
humilde? Um coração mais aberto a acolher a vontade de Deus? Será que nós não estamos
mais nos acostumando com o amor que Deus manifestou na nossa vida? De modo que
nós não nos deixamos surpreender mais por ele? Nos acostumamos com o Senhor?
Nos acostumamos com as coisas do Senhor? E vamos embotando nosso coração? E
como os fariseus, que conheciam o antigo testamento, como os fariseus, que liam
os profetas cotidianamente, no templo e até punham Jesus em situações prova,
citando o próprio antigo testamento, os profetas, pondo Jesus à prova, o
coração vai se embotando, se embotando e não somos capazes de acolher o senhor. Rejeitar os seus
mediadores, rejeitar aquele que vem antes dele, preparar os caminhos
como o evangelista já citou João batista. Queridos irmãos e irmãs, hoje ouvi
uma coisa muito bonita: “É preciso ter um coração simples para obedecer”, até o
diabo pode se fazer de humilde, mas obediente ele nunca foi, isso ele não
consegue disfarçar, ele até pode se fazer de humilde, mas obediente nunca. É
preciso ser obediente para fazer aquilo que tem que ser feito porque o filho que
diz para o pai que não vai fazer e faz este é obediente, mas o filho que diz
que vai fazer e não faz, este não é obediente, percebe? O quanto coração deste filho que disse que não
ia e foi é simples? Para manifestar diante do Pai espontaneamente o que suscita
no seu coração aquela ordem “eu não
quero fazer”, o coração simples para manifestar diante de ordem o seu descontentamento
a sua decisão de não fazer ele se colocou para o pai “Não, não vou para a vinha”,
mas em seus coração, em si mesmo ele sabe que é importante cumprir o que o Pai lhe
pede e vai ao contrario do que disse ia, e com o coração cheio de si mesmo cede
à preguiça e ao medo de não dar conta, cede diante da insegurança do que vai
encontrar e não faz que move o coração do filho a dizer que não vai, mas faz é
o amor, queridos irmãos, o amor nos leva a obedecer, é por amor que obedecemos,
é por amor que acolhemos, um designo, um propósito e o cumprimos. Foi por amor
que o Senhor disse “Pai, se possível afasta de mim este cálice, contudo, seja feito como queres”.
Foi o amor que fez Jesus obedecer a vontade do Pai, foi o amor que fez Jesus
pedir a ele que afastasse o cálice, mas acima de tudo estivesse prevalecendo a
vontade do Pai, a seu respeito, só o amor nos move para o outro e nosso Senhor
foi capaz de acolher a vontade do Pai porque ele é dom para o outro. Queridos
irmãos e irmãs, a vocação nunca é dada a nós para nos enriquecer, mas,
sobretudo, para enriquecer a vida do outro. Quem recebe o matrimônio a recebe
para servir o outro, o homem serve à mulher, a mulher serve ao homem e os dois juntos servem à seus filhos, a vocação
lhes foi dada para tornar plena a vida
do outro, para servi-lo. O amor nos ensina a irmos ao encontro do outro e
sermos o dom de Deus. Da mesma maneira, a vocação ao sacerdócio não é dada ao
sacerdote para que ele se coloque acima de uma comunidade, para que ele se
sirva do leite das ovelhas do senhor, cubra-se coma lã das suas ovelhas, pelo
contrário, a vocação é dada para que dê a vida à suas ovelhas, para ser o sinal
da misericórdia e amor de Deus na vida de seu povo. Que faz o homem deixar a
sua casa e projeto pessoais, abster-se de ter uma família, uma esposa, ter seus
filhos gerados por ele? Que faz um homem deixar tudo isso pra trás?
Esta riqueza de poder fazer da sua vida um
dom total para todos, um dom pleno de si para todos, ser tudo para todo, viver
para os outros, servir aos outros, engrandecer os outros, ser Cristo na vida da
igreja, na vida do seu povo, na vida dos outros. Nós temos aqui nesta assembleia
três padres jovens que deixaram pra trás a sua família, seus planos para hoje
celebrar com vocês esta eucaristia, nós temos aqui dois jovens que desejam
abraçar este ministério de viver para servir a igreja para servir o povo que
não é seu, mas é de Deus, querido irmãos e irmãs, a felicidade de um Padre esta
em ver os frutos do seu apostolado que é justamente a aproximar, reunir,
congregar, resgatar para Cristo as almas que lhe foram confiadas. Nós não temos
filhos gerados por nós, mas certamente a fecundidade espiritual do nosso celibato,
da nossa entrega faz com que vocês sejam filhos desses homens de Deus que estão
aqui: Padre Fabio e Padre Maico. E num sentido mais amplo, serem nossos filhos,
filhos espirituais, de alguém que deixou seus pais para ter muitos filhos,
neste momento deixem se interpelar por este tempo de graça que é esta novena,
deixem se interpelar pelo testemunho dos sacerdotes. Abram os vossos corações
para que o testemunho, para que a importância do sacerdote na vida da igreja
caia no seu coração como uma semente, e lhe questione: E você? O que pode fazer
por amor de mim? É Cristo que lhe pergunta isso, é Cristo que lhe faz esta
pergunta, veja a vida do Padre Fabio e Padre Maico, veja a dedicação, percebam
o quanto é importante na vida da igreja, o quanto é importante na vida da
comunidade ter pastor, ter sacerdote, ter um homem inteiramente dedicado a
você. Ele não pode dividir a atenção com a sua família, porque a família do
Padre é a igreja, não tem que dedicar à esposa, porque ele não tem esposa. A
sua dedicação é a igreja, ele não tem filhos para dar atenção, porque seus
filhos estão aqui, sentados, ao redor desta mesa para ouvir a palavra, para se
nutrir da sagrada doutrina, para se nutrir do corpo e do sangue do Senhor. Percebam
a importância que tem na vida da igreja o sacerdote e se questione, deixe se
questionar: O que você pode fazer por amor de mim?Subir ao altar do Senhor e
nele encontrar a alegria da sua juventude e perceber, queridos irmãos, queridos
jovens, sobretudo, que quem deixa o seu pai e sua mãe por amor a Cristo vive autenticamente
a sua juventude inteiramente dedicada à serviço do reino de Deus de Deus, seguir
a Cristo, querer ser padre hoje com a sua idade, com 17 anos não é perder a vida,
mas ganhar, não e perde juventude mas vive-la bem. Como casal que já se sente
vocacionado ao matrimônio vive feliz, o vocacionado ao sacerdócio quando
descobre esta voz no coração, de Cristo lhe chamando, e começa a caminhar no
discernimento, ele vive esta alegria, meus queridos jovens, que alegria maior
um ser humano pode ter do que ver a sua existência tornar plena a vida do povo sedento
de Pastores, de homens de Deus, de Cristo. Ser sacerdote é ser Cristo no mundo,
vejam, Deus não deu o poder de trazer Cristo sobre a terra no pão e no vinho
consagrado aos anjos, mas deu ao homem,Deus quis obedecer ao homem quando diz “Tomais
todos e comei, isto é o meu corpo” e passa a ser corpo de Cristo. Só que o Padre
ele não só se apropria das palavras de uma outra pessoa, mas diz de si mesmo, “Isto é o meu corpo”, o Padre é
oferta. Eu sei que no coração de vocês existe o desejo de transformar o mundo.
Todo jovem traz este desejo, e é por isso que você pode se questionar: O que
você pode fazer para transformar o mundo? Você pode transformar o mundo sendo
um pai, um esposo ou esposa Santos, mas também você pode transformar sendo um
Padre Santo, Freira Santa. Queridos jovens, ouçam a voz do Senhor, o Senhor a
todo o momento chama e o Papa Francisco diz: Queridos jovens, se vocês já
sentiram no coração o desejo de seguir a Cristo, saibam que foi ele que impôs
este sentimento em seu coração. É hora de se levantar e seguir ao Senhor. Querida
comunidade, vamos rezar pelos jovens para que eles despertem para vocação sacerdotal,
para que eles despertem para a vocação consagrada, as moças tenham desejo de
consagrar suas vidas como religiosas, os rapazes queiram, tenham o desejo de
consagrar suas vidas através do sacerdócio. Queridos jovens vocês imaginem o
quanto domingo é um dia intenso na vida do sacerdote e nós terminamos o dia de
hoje esgotados, sem voz, mas com o coração cheio de alegria por que salvamos
almas, pregamos a palavra de deus, consagramos o pão e o vinho, batizamos resgatamos
a pessoa para Deus, e com essa alegria que a gente vai dormir e é com essa
alegria que a gente inicia o novo dia, a esperança de que nossa vida seja este
resgatar de Deus na vida das pessoas.
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